Contra a bela arte
A moldura vaidosa
Briga pela pompa
Se achando formosa
Elogio ou morte
Até o cupim escalar
Esperando ele sofre
A atenção chegar
O prego escondido perdura
Prende a beleza e segura,
Sem sair da postura,
A ladra de atenção
O grito ecoa no saguão
A bela arte ri de pena
Saliva para a câmera
Sua graça obscena
O amor é aprisionado
Na madeira da moldura
Ele não alcança sua amante
O vidro claro é ignorado
transparente na estante
Todavia,
Um beijo foi dado
Na manhã do encaixe
No amor errado
brilhante era o vidro
Falsa era sua luz
Escorada na janela
A inocente pintura secava
Durante sua sentinela
Um rapaz triste admirava
O triste rapaz ficou feliz
A obra posta à vista
Pela pobre artista
Foi vendida sem dó
A arte ostentava inocência
Memórias de infância
Da pobre menina artista
Que após secar a tinta
A deixou só
Protegida pelo amor
A arte atraía atenção
E presa pela inveja
Ela atraía toda atenção
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