Mar Ciano (Poesia)

A noite saudou a estrela da manhã
A inconsciência finalizou num instante
Sua mácula de ignorância restante
E despertou-lhe uma sabedoria anciã.

Despejando os sentidos nas ondas
Seu pulmão de ar se privou
Valente para um perduro finito
No tempo que Poseidon lhe emprestou

Na vagues das correntes cristalinas
Vi o temor de meu pai ser afogado
Para as distantes profundezas salinas
Onde nosso sustento era pescado



Abaixo,
Naufrágios receberam o visitante
Nas areias o tempo os desposara
Durante o passeio excitante
Até a breve partida do caiçara.

Preenchendo as sombras da coroa,
A lua imergiu na imensidão
Ele deitou-se nas cordas da proa
E seus olhos engoliram a dimensão

Órion respondia seus sonhos jovens
Quando meu pai consultava os astros
Com a consciência esquecida nas nuvens
Ele compôs a sinfonia de seus passos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário